O ser nasce pronto. É só uma questão de tempo para que aprenda a usar os próprios instrumentos, redescubra seus talentos e multiplique ordem sobre o caos.
Mas nosso senso de humor é tão sofisticado que nos compelimos a nascer numa sociedade tortuosa, com pais e mestres tão obtusos quanto nós. Insistimos em adorá-los, elevando-os a um patamar que não existe, na intenção de que tomem a responsabilidade por atos que são nossos. Mergulhamos no nebuloso intelecto coletivo assumindo e defendendo embustes mentais.
Mas ver o outro comer não mata a minha fome. E a fome da alma nos guia ao retorno. O inevitável reencontro com o deus embrionário, âmago, self.
Em algum momento nos cansamos do encaixotamento social, esticamos braços e pernas. Um inigualável sabor. Emancipamo-nos.
Colaboram para isso topadas com verdadeiros mestres, que não pregam nem ensinam. Apenas exalam ternura pelos poros das próprias experiências, encorajando-nos a fazer o mesmo: Valorizar-se.
Aprendo que não preciso do outro pois todas as respostas estão em mim. E aprendo que não vivo sem o outro, pois o exercício dos talentos se faz assim: nos relacionamentos.
O mundo não tem força sobre mim.
Os outros não têm força sobre mim.
Minha mente não tem força sobre mim.
A vida te trata como você se trata.
Alfa e Omega. Tudo começa e termina em você.
Em você existe um Deus embrionário. Desperte-o.
Ouvi e escrevi isso muitas vezes. É parte do processo. Repetir, repetir e repetir, até impregnar nas células e ficar automático, como fizemos com todos os maus hábitos do passado que agora são disfuncionais e só nos engordam.
Viver é mais do que isso. Viver é ter a coragem para aventuras como as desse um ano e meio. Ousadia para integrar um bando de loucos que, na contra-mão do convencional, velejam na alma, sob ventos de luz. Viver é encontrar nestes loucos cúmplices e amigos.
Os cadernos onde tanto escrevi agora estão novamente em branco. Uma fase que termina no mega game da vida.
Não existem finais. Apenas novos começos.
Todo começo é uma folha em branco onde não existe esquecimento.
Sentimentos de alma jamais são esquecidos.
Renato Guenther, dezembro de 2007
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